Sociedade e Economia 

na Primeira República

Vida Política
A alternância no poder entre as oligarquias agrárias 
A expressão Primeira República é utilizada por historiadores para referir-se ao primeiro período da história republicana brasileira, que vai de 1889 a 1930, também e comum a designação República Velha, baseada no critério cronológica. 
Sistema Eleitoral : Durante o Império, somente pequena parcela de brasileiros participava efetivamente do processo eleitoral . Na última década do império, o país tinha uma população de aproximadamente 12 milhões de habitantes, e apenas cerca de 1% desde total participava do processo eleitoral.
Voto Aberto : A minoria com direito a participar do processo eleitoral teve de enfrentar, porém o voto aberto (não secreto). Na época não havia no país uma justiça eleitoral independente que pudesse averiguar possíveis irregularidade nas eleições .
Coronelismo : Podemos dizer que, nos primeiros anos da república, a política regional foi dominada em várias partes do país por grandes proprietários rurais que se tornaram verdadeiros chefes ou líderes políticos das cidades ou regiões onde estavam estabelecidos .
Uma Sociedade Rural : Se atualmente cerca de 80% da população brasileira vive em áreas urbanas e sua distribuição pelos setores da econômia é bastante diversificada.Nessa sociedade predominantemente rural, grande número de pessoas trabalhava em fazendas recebendo remuneração miseravél . Devido á exploração que sofriam, dependiam dos favores dos patrões .
Clientelismo : Esse poder dos coronéis sobre as pessoas ultrapassava os limites da fazenda, chegando a muitas cidades. Os principais empregos e cargos estavam, com frequência, sujeitos á sua influência, fosse na prefeitura, na delegacia, na escola, no cartório público e entre outros lugares . Donos de armazéns, médicos, advogados, prefeitos que procuravam se aproximar dos coronéis em busca de apoio e favores.
Voto de Cabresto : Em troca de favores, os coronéis exigiam que os eleitos votassem nos candidatos por eles indicados (prefeitos, governador, presidente da república, vereadores, deputados e senadores). Quem se negasse ficava sujeito á violência dos jagunços ou capangas que trabalhavam nas fazendas dos coronéis .
Fraudes Eleitorais : Com tanto poder nas mãos, e a ausência de uma justiça eleitoral independente, os coronéis comandavam diversas fraudes para que candidatos vencessem as eleições, entre elas : 

• Falsificação de documentos para que menores e analfabetos pudessem votar;
• Inscrição de pessoas falecidas como eleitores;
• Contagem errônea dos votos, com favorecimento do candidato do coronel .

Base da estrutura de poder : O coronel mais influente e poderoso em cada município ou região estabelecida alianças com coronéis de outros municípios ou regiões para eleger o governador do estado . 
Política dos Governadores : Esse sistema de alianças também se baseava, de modo geral, na troca de favores . Os governadores de estado davam seu apoio ao governo federal, ajudando-o a eleger deputados federais e senadores favoráveis ao presidente, que em retribuição, apoiava os governadores concedendo mais verbas para seus estados, além de empregos e favores para seus aliados e apadrinhados políticos . 
Política do Café com leite : Como São Paulo era a primeiro estado em produção de café e Minas Gerais destacara-se pela produção de leite ( e era o segundo, produtor do café ), nasceu aí a expressão política do café com leite para designar essa aliança, entre os dois partidos características desse período .
Vida Econômica
A Produção Agroexportadora
Vimos, até aqui que o advento do regime republicano não provocou alterações substanciais na vida política brasileira .
Café : Líder das exportações
Sem concorrentes de peso no mercado internacionais, o brasil chegou a abastecer  dois terços do mercado mundial de café.
Crises de Superprodução : Entusiasmados com os lucros e contando com o grande afluxo de mão de obra imigrante europeia nesse periodo, os cafeicultores aumentarem desmididamente as plantações .
Convênio de Taubaté : As propostas, encaminhadas para o governo federal, resumiram-se no seguinte :
O governo compraria a produção de café que ultrapassava a procura do mercado .
Esse exedente seria estocado pelos governos estaduais para ser vendidos quando os preços normalizassem .
O governo adotaria medidas para desestimular o surgimento de novas plantações . 
Açúcar : Consumo interno 
Como vimos , oaçúcar constituiu, durante o periodo colônial, oprincipal produto agricola brasileiro de exportações, posição que sustentou até 1830 .Foi perdendo essa posição devido á ascensão da produção do café e a queda em suas vendas causadas pela concorrência .
Algodão : indústria nacional 
A produção estadunidense foi gradativamente conquistando o mercado internacional devido , basicamente , a dois fatores são eles :
Menor distância entre Estados Unidos e Europa .
Melhor qualidade da produção estadunidense.
Borracha : Epoca de Glória 
Quando se iniciou a primeira república , em 1889, a produção brasileira de borracha já vivia seus anos de glória . Boa parte da populção local era composta de brasileiros, que viviam da atividade seringueiras e controlavam a região como se fosse um território independente .
Declínio da borracha 
Com o tempo, porém os problemas começaram a aparecer . A produção da borracha brasileira exigia constante penetração na mata , em busca de seringas nativas .
Cacau : Crescimento e queda
O cacau é o fruto do cacauerio , planta originária da América do Sul e da America Central . Durante todo a primeira república, a produção brasileira de cacau cresceu na Europa e nos Estados Unidos mas os ingleses decidiram investir na produção de cacau na região africana da costa do ouro  ( que hoje integra Gana ).
Imigração e Industrialização 
Mudanças Sociais e econômicas no País
Grande Imigração
Com Estados Unidos, Argentina e Canadá, o Brasil está as nações que mais receberam imigrantes europeus e asíaticos na época contemporânea. Seduzidos por inscetivos e anúncios de prosperidade que o governo brasileiro divulgava no exterior, esses imigrantes vinham em busca de trabalho e melhores condições de vida .
Avanço Industrial 
A Primeira República, período de grande vigor da economia cafeeira foi também a época em que a industrialização ganhou o maior impulso, até então , de nossa história.
Números do Crescimento 
Em 1889, havia pouco mais de 54 mil operários . Em 1930 já existiam no país cerca de 13 mil indústrias, que empregavam 275 mil operários .A indústria nacional desenvolveu-se procurando substituir os produtos importados até então , especialmente durante a Primeira Guerra Mundial, quando caíam as exportações europeias .
Movimento Operário 
O avanço indústrial deu ao setor urbano maior importância e visibilidade. Em consequência, operários e grupos médios urbanos passaram a exigir cada vez mais o direito de participar das decisões políticas e econômicas do país, como foi o caso do movimento operário .
Trabalho nas Fábricas 
As condições de trabalho do operariado brasileiro nos anos da Primeira República eram bastante desfavoráveis. As instalações das fábricas geralmente eram ruins, com pouco espaço e ambientes mal iluminados, quentes e sem ventilação.
Organização operária
Dentre as correntes políticas que influenciaram ideologicamenteo movimento operário, destacou-se de inicio, o anarquismo . Mas, houve também outras tendências como :
O Sindicalismo revolucionário : uma corrente anarco-socialista que defendia a greve como principal instrumento de luta dos operários na busca de conquistas mais amplas. 
A corrente católica : procurava, entre outras ações, afastar os trabalhadores da influência anarquista e socialista .
Greve de 1917
Em julho de 1917, foi organizada em São Paulo, a primeira  greve geral da história do Brasil, provocada pelo descontentamento dos operários com as condições de trabalho ás quais estavam submetidos .
Repressão Policial 
Em 1922, apoiado pelos líderes operários, foi fundando o Partido Comunistas e na Revolução Russa de 1917 . Assim, até o final desse período, os protestos dos trabalhadores não mereceram a devida atenção da maioria dos empresários e dos políticos, que tratavam a questão por meio do uso da violência pessoal .

(Bibliografia: 
COTRIM, Gilberto. História Global, Brasil e Geral. São Paulo, Saraiva, 2010)